segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

Ontem o chefe me deixou dirigir a viatura dele.

Era uma emergência.

A minha viatura estava sem combustível.

Alguém ligou pra polícia bem na hora que o chefe tava mostrando as condições de conservação da delegacia pro prefeito.

Daí eu mesmo tive que ir prender o bandido.

A viatura dele é diferente. Tem muito mais botões para apertar do que a minha.

Ela é mais veloz também.

Daí eu cheguei bem rapidinho no lugar que tava o bandido.

Ao invés de descer do carro e ir apontar a arma pra ele, eu pude apertar um botão, que fez a minha voz sair por um alto-falante em cima da viatura, igualzinho ao carro do sonho.

Daí eu disse: "Tá bom. Vamos sair todo mundo com a mão pra cima!"

Daí o bandido veio correndo e deu um monte de tiro na viatura. Eu achei que ia doer. Mas o vidro era a prova de balas.

Daí eu apontei pro bandido e dei risada. Ele saiu correndo.

Daí ele entrou num carro, que era igual o carro daquele filme do Van Diesel, "velocidade máxima 2".

Era a perseguição de carros que eu estava esperando a vida inteira para acontecer.

Daí eu saí correndo com a viatura atrás dele.

A viatura andava tão rápido que eu achei que ia acontecer igual ao deloreonn, do filme "de volta para o futuro". Mas não aconteceu.

Aqui em Curitiba tem uma rua bem grande, que só pode passar ônibus. Daí o bandido entrou nessa rua.

Eu tive que dar uma multa pra ele, mas ele nem parou pra receber.

Daí eu liguei o giroflex. Era um giroflex do futuro. Não tinha um negócio de girar com uma luz. Era tipo um negócio digital, tipo umas luzinhas piscando.

Ele fazia um barulho do futuro também. Mas eu não gostei.

Daí eu desliguei o barulho, apertei o botão que faz a minha voz sair pelo alto-falante e disse: "uuuuuuuuuuuuuuuuu"

Daí eu consegui chegar bem do lado do carro do bandido e falei: "pare em nome da lei!"

Ele não parou.

Daí eu percebi que tinha uma câmera de vídeo na viatura, igual naquele programa que o capitão Kirk apresentava na TV.

Daí eu apontei a câmera pra ele, liguei o alto-falante e disse: "Você está na pegadinha do Malandroooooo!"

Eu acho que ele ficou com medo.

Daí ele fez uma curva com o carro dele e entrou na rua XIII. A rua XIII não tem asfalto. Ela foi feita para a circulação exclusiva de pessoas. Resultado: mais uma multa.

Ele continuou na mesma velocidade, daí ele foi dirigindo na direção de algumas estátuas.

As estátuas saíram correndo. Eu fiquei com medo. Daí eu disse: "você precisa de autorização para dirigir na rua XIII, pare o carro e entregue a autorização pra mim".

Ele não parou de novo, daí ele fez uma curva bem perigosa. Eu tive que fazer também.

Aqui em Curitiba, tem uns lugares, que são tipo galerias, que passam embaixo dos prédios. Elas foram construídas nos anos 40, na época do Al Capone. Ele se escondia da polícia dentro delas. Ou seja, era um lugar de bandidos.

Daí o carro dele passou pela galeria e saiu do outro lado. Eu ainda estava dentro da galeria, quando eu percebi uma coisa. A rua em que a galeria acabava, e que, consequentemente, eu teria que dirigir, era a rua do Shopping Itália. Daí eu me lembrei que a viatura era do chefe e resolvi continuar a perseguição.

Eu consegui chegar com a viatura do lado do carro do bandido de novo.

Daí eu me lembrei daquele filme do Keanuss Rível, que ele bate no caro do lado e empurra na direção de um poste.

Daí eu fiz isso.

O bandido sofreu o empurrão e virou o carro. Agora ele tava indo na contramão.

Eu tive que perseguir ele na contramão. Mais uma multa.

Quando ele tava chegando perto do Shopping Itália, ele ia atravessar de um lado pro outro aquela rua do ônibus, porque ela cruza a rua do Shopping.

Daí veio um ônibus biarticulado em velocidade total e bateu nele. Voou pedaço para todo lado. Foi alucinante. Eu disse: "uaaaauuu!" A minha voz saiu pelo alto-falante.

Daí eu estacionei a viatura e fui prender o bandido.

Eu coloquei as algemas nele e puxei ele do carro. Ele disse: "aaaaaiiiiiii".

Eu resolvi dar as multas pra ele também.

Daí apareceram alguns policiais que ficam na rua XIII e disseram que era melhor levar ele pro hospital Cajuru. Daí eu deixei, porque eu queria controlar o trânsito ali, depois do acidente.

Foi quando eu percebi que a viatura do chefe era mais legal do que eu imaginava.

Eu abri o porta-malas e tinha dois cones, daqueles de colocar no meio da rua.

Daí eu coloquei eles no meio da rua.

Tinha também aquela faixa da polícia, que é usada para colocar em volta dos lugares que a polícia não quer que ninguém entre.

Daí eu coloquei em volta do Shopping Itália, só de sacanagem.

Daí eu entrei na viatura, peguei o apito e fiquei controlando o trânsito pelo alto-falante.

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