sábado, 30 de setembro de 2017

O Carteiro e o Cachorro

Eu acho gozado quando os cachorros querem atacar somente exclusivamente carteiros. Alguns cães tem tanto ódio que violam a caixinha de correio para rasgar as cartas.
Com o Tumor, o cão policial da delegacia, é a mesma coisa. Só que o carteiro que entrega as cartas aqui precisa adentrar ao terreno, porque a delegacia não tem simplesmente uma caixinha de correio. Na na ni na não. Aqui tem tipo uma central (que na realidade é uma salinha bem apertada) que recebe de tudo.
Daí o carteiro precisa passar pelo cão policial. Sempre.
Uma vez ele encheu tanto o saco do carteiro (sem trocadilhos), que acabou levando um banho de água gelada do mesmo.
Eu olhei e falei: bem feito.
Depois eu fiquei com pena, afinal, o Tumor é um animal inracional, que não sabe o que está fazendo. Apesar de que, de alguma forma, ele sabe diferenciar o carteiro das outras pessoas, e eu acho que ele corre latindo atrás do cara só por pura gozação.
Enfim, daí eu fingi que eu tinha prendido o carteiro por desacato, pro Tumor ficar feliz.
Mas foi só de mentirinha.
Fin.

sábado, 23 de setembro de 2017

Hiperlink

Ontem eu tive uma ideia brilhante:
A possibilidade de fazer com que o meu blógue faça parte do site da delegacia, bastando clicar em apenas um botão para que os meus textos apareçam dentro da própria página da delegacia. E, por que não, deixar um link também na página do governo do estado, para aumentar a minha audiência.
Daí eu preparei um pauer point com essa proposta pra mostrar pro chefe.
Ele disse que não.

sábado, 16 de setembro de 2017

Estatística

Desde que eu tenho um computador disponível aqui na delegacia (outubro de 1975) eu anoto peculiaridades de todas as ocorrências policiais que eu já atendi. Fatos estranhos, que eu anotei pra investigar depois e me esqueci.
Daí, outro dia faltou memória e eu tive que liberar espaço, senão eu não ia mais conseguir escrever no blogger.
Então eu tive que investigar esses pormenores.
Um dado interessante me deixou com a pulga atrás da orelha:
De todas as 12 mil (pasmem) ocorrências registradas, 3 tinham a ver com abdução aliemnígena, que é algo que não existe.
Nessa média de casos, se aplicarmos a fórmula da equivalência de energia e massa à população total do Brasil, podemos chegar à conclusão de que, aproximadamente, 50 mil cidadãos brasileiros já foram abduzidos por extraterrestres.
Se pensarmos que mais da metade dos abduzidos não dão queixa na polícia, o número total de pessoas não cabe no Maracanã (fonte: FIFA, 2014).
Se o Maracanã tem o formato de um disco voador, mas as pessoas abduzidas não cabem lá dentro, é possível concluir que os aliemnígenas não existem.
Obrigado.

sábado, 9 de setembro de 2017

A Vida Imita a Arte

Outro dia veio um pessoal da vigilância sanitária aqui na delegacia.
Eles falaram que iam recolher todas as embalagens de sprei de pimenta, pra fazer uma cultura de bactérias.
Isso foi gozado, porque eu achava que só organismos multicelulares conseguiam desenvolver atividades culturais.
Parabéns para as bactérias.
Só espero que não seja uma cultura inútil.

sábado, 2 de setembro de 2017

Traje Espacial

Ontem eu fui trabalhar usando o meu traje espacial (como eu tinha prometido).
Na chegada da delegacia, eu levei uma mijada do chefe. Mas eu não entendi nada do que ele falou, porque eu esqueci de instalar um sistema de comunicação (talvez via radio) para falar com e ouvir o mundo exterior.
As outras pessoas ficaram meio que me zoando também. Mas, novamente, eu não ouvi nada.
Foi assim durante toda a manhã, até que teve uma ocorrência policial e todas as viaturas foram chamadas.
Como eu tava com o meu traje espacial, sentado, escrevendo no blogger, eu não percebi nada.
Daí só ficou eu na delegacia.
Isso foi meio que bom, porque, na realidade, a ocorrência policial era falsa.
Alguns bandidos conseguiram, de alguma forma, a frequência do radio da polícia e simularam uma mega operação, para que a delegacia ficasse com menos policiais e os bandidos de fora pudessem resgatar os bandidos de dentro, da carceragem.
Coincidentementemente, bem na hora que o resgate ia acontecer, eu tava entediado e resolvi ir dar um susto lá nos bandidos da carceragem.
Como eu montei o meu traje espacial usando um pijama preto, luvas pretas, botas pretas e um balde preto na cabeça, eu fui fingir que eu era o Dark Veider.
Era uma piada bem elaborada.
Eu tinha uma mochila nas minhas costas, com um aspirador de pó (jogando ar dentro do traje espacial) e um tubo de imagens (também conhecido como tubo de raios catódicos, acelerador de partículas, canhão de elétrons etc.), para usar como propulsão. Ambos ligados em uma bateria.
Daí eu peguei do teto da delegacia uma daquelas lâmpadas fosforescentes, compridas, no formato de bastão.
Eu liguei ela na minha bateria e acendi pra parecer a espada de luz do Dark Veider.
Só que os bandidos não ficaram com medo. E pior: começaram a dar risada.
Daí eu fiquei puto e joguei a espada de luz na direção dos bandidos.
A espada quebrou e saiu um pó (creio que radioactivo) de dentro. Esse pó se espalhou pela carceragem.
Daí eles ficaram com medo.
Eu não, porque eu estava 100% isolado no meu traje espacial.
Nessa hora, chegaram os bandidos que iam resgatar os outros bandidos.
Daí eu pensei "só pode ser uma pegadinha".
Daí eu falei "só pode ser uma pegadinha."
Como os bandidos começaram a me ameaçar com armas de fogo, eu tive que ligar o meu acelerador de partículas (mesmo sabendo que isso geralmente causa uma explosão).
Só que, de alguma forma, dessa vez a explosão não aconteceu. Provavelmente a minha bateria não tinha energia suficiente pro aspirador de pó e pro acelerador de partículas ao mesmo tempo.
Mas aconteceu outro negócio melhor ainda: com a potência reduzida dos raios catódicos, todo o pó radioactivo que estava espalhado acendeu, cegando todo mundo.
Menos eu, por causa do meu traje espacial.
Daí eu consegui não só recolher todas as armas de fogo, mas também prender todos os bandidos. Afinal, era só abrir a grade da carceragem e jogar todo mundo lá dentro.
Eu vou patentear esse meu traje espacial.
Talvez eu também peça um aumento pro chefe. Proporcional à quantidade de bandidos presos.
Obrigado.