sábado, 24 de julho de 2010

Aldo Novak

Ontem aconteceu um negócio que eu fiquei com muito medo.
Eu tava fazendo a minha patrulha noturna pela região metropolitana de Curitiba. Fazer isso é algo de extrema periculosidade. A região metropolitana de Curitiba não é tão moderna e civilizada quanto a região central, onde fica o Shopping Italia.
Em outros dias, só fazendo a patrulha (nisso desconsideramos perseguições policiais, sequestros, etc.) eu já levei cerca de 50 tiros.
Sempre tem alguém que enxerga a viatura e dá uns tiros. Tem uma piazada que fica cheirando maconha nas calçadas. Eu já me acostumei com isso.
Só que ontem foi diferente.
Já começou estranho, porque não tinha ninguém na rua.
Primeiro eu pensei que talvez fosse por causa do inverno, mas não.
Curitiba está passando por uma onda de calor extremo: 20°C
Daí eu pensei imediatamente: "Tem algum tipo de gozação acontecendo!"
Daí eu fui dirigindo até Colombo, que é um bairro barra pesada da região metropolitana. Lá eu tinha quase certeza de que havia a possibilidade de que poderia ter um tiroteio.
Só que não.
As ruas estavam inteiras vazias.
Daí eu estacionei a viatura e comecei a andar a pé.
Eu andei por cerca de mais ou menos 30 minutos e não apareceu nenhum meliante.
Daí eu comecei a gritar: "Ei, eu sou da polícia! Atirem contra mim!"
Só que não aconteceu nada.
Eu pensei 3 possibilidades:
1) Era realmente uma gozação com a minha cara.
2) Todo mundo havia sido sequestrado por extraterrestres, menos eu.
3) Eu estava dormindo e sonhando.
Eu escolhi a opção C e comecei a gritar: "Ei, eu estou sonhando! Essa é a última chance de atirar em mim antes de eu acordar!"
Isso também não teve resultado.
Infelizmente, nessa hora eu descobri que a alternativa correta era a B!
Depois de alguns segundos de silêncio, começou a sair um barulho do nada. Um barulho de coisa girando.
Daí eu já fiquei meio esperto e peguei o meu revólver.
Eu sempre pego o revólver porque é procedimento padrão da polícia.
Quando tem tiroteio de verdade, o que faz a diferença mesmo é o colete à prova de balas.
Além disso, eu já levei vários tiros. Eu sempre acordo relativamente bem no hospital, então eu nem tenho medo mais.
Só que, na hora que eu descobri que não ia ser um tiroteio, eu fiquei com medo.
O barulho de coisa girando ficou mais forte e eu comecei a olhar ao redor pra procurar a origem.
Foi nessa hora que eu vi um negócio com várias luzes se aproximando no céu.
Isso me deu medo, porque, apesar de ser um objeto voador não indentificado, eu sabia exatamente o que era. Eram os extraterrestres vindo me pegar.
Daí eu comecei a atirar contra as luzes. Só que as luzes não caíram como eu esperava.
Eu cheguei à conclusão de que era o esudo deflector do OVNI que estava repelindo as balas.
Como eu sou muito inteligente, eu me lembrei das aulas de química do Beakman e cheguei à conclusão de que o escudo só conseguia repelir as balas porque elas são metálicas e, consequentemente, susceptíveis ao electromagnectismo.
Daí eu peguei o meu armamento de balas de borracha e comecei a atirar no OVNI.
Nessa hora, os traficantes da região ouviram o barulho e começaram a sair dos barracos. Atirando.
Daí eu parei de atirar e me joguei no chão, porque virou um tiroteio generalizado.
Eu tive que rolar no chão igual ao Cristofer Lambert e me escondi atrás da viatura.
A viatura levou alguns tiros pra me proteger.
Como os bandidos foram pegos de surpresa, eles estavam atirando aleatoriamente pra todos os lados. Eu também.
Foi nessa hora que aconteceu algo inesperado. O OVNI chegou mais perto e começou a atirar em todo mundo.
A região metropolitana de Curitiba virou uma zona de guerra. Entre eu (da polícia), os traficantes colombianos (de Colombo) e os marcianos (do espaço sideral).
Daí eu peguei o meu radinho e chamei reforços.
Em cerca de 5 minutos, tinha 3 helicópteros e umas 50 viaturas. Igual ao que aconteceu na final do campeonato, quando o J. Malutrelli perdeu e a torcida invadiu o gramado.
O OVNI continuou atirando. E chegou mais perto.
Só que a polícia tava atirando só contra os traficantes.
Daí eu puxei a responsabilidade pra mim e voltei a atirar contra o OVNI.
Dentro da minha viatura, eu tenho bombas caseiras que eu mesmo construí.
O OVNI começou a descer na minha direção. Pra pousar.
Quando ele chegou bem perto, eu larguei as minhas bombas no lugar que ele ia pousar e deixei um rastro de pólvora.
Daí eu acendi a pólvora e saí correndo.
Quando o OVNI tocou o chão, aconteceu a explosão.
A potência explosiva fez com que todos os vidros de todos os barracos quebrassem simultaneamente.
A minha viatura, que estava a poucos metros da explosão, deu duas cambalhotas no ar e caiu intacta (felizmente) e com as rodas no chão.
Os policiais e os traficantes também voaram com a força da explosão.
Teria sido um espetáculo maior se os helicópteros tivessem caído.
Só que eles não caíram.
Mas isso foi bom, porque depois eles foram dar os primeiros socorros pra todo mundo.
Pra mim, especialmente, porque eu tava mais perto da explosão.
Hoje de manhã eu recebi uma medalha da polícia. Só que eles me falaram que era por eu ter ajudado a prender os traficantes.
Daí eu perguntei sobre o OVNI. O chefe me falou que, na verdade, o OVNI era um balão, que os traficantes usaram pra anunciar a chegada das drogas.
Ele disse que as explosões e o barulho vindos do OVNI eram fogos de artifício, também usados pra anunciar as drogas.
No final das contas, eu cheguei à conclusão de que o governo aproveitou que eu explodi o OVNI pra encobrir as provas da existência de seres extraterrestres.

sábado, 17 de julho de 2010

Biodiversidade biológica

Biodiversidade biológica

Tá chegando o fim do mundo. Eu queria aproveitar esse momento para fazer uma reflexão sobre as coisas naturais da natureza.
Como vereador da cidade de Curitiba, eu pensei em criar uma série de metas para 2012 (fim do mundo).
Até lá, o objetivo da minha campanha é parar com a extinção de espécies e inverter o processo, fazendo com que apareçam cada vez mais espécies novas, como o ornitorrinco.
Desta forma, iremos transformar a biodiversidade em triodiversidade, quadridiversidade e assim por diante.
Daí vocês me perguntam: "Como criar espécies novas?"
Daí eu respondo: "Com o simples processo de cruzamento, ensinado pelo pai da genética, Gregory Peck, e suas ervilhas, no século XIXI AC/DC."
Pegamos, por exemplo, o tubarão e cruzamos com o papagaio. Daí, o resultado vai ser o papagão, um tubarão que fala. Em baixo da água.
Vocês acham que isso é de mentira, mas existe de verdade.
Outro dia o detetive Kelson veio me perguntar se eu conhecia o filhote de Quero-quero com Pica-pau. Eu não conhecia.
Outros exemplos que já existem:
- Cavalo marinho.
- Peixe-boi.
- Macaco-aranha.
- Homem-aranha.
- Monga, a mulher gorila.
- Mulher-gato.
- Leão-lobo.

domingo, 11 de julho de 2010

Minha viatura querida do coração

Ontem teve um sequestro relâmpago do lado da minha casa. O bandido não se ligou que eu era da polícia.
Foi bem assim:
Eu tinha esquecido de ir trabalhar, então eu tava em casa.
Daí tinha um grupo de moleques brincando na rua e eles começaram a tocar a campainha da minha casa.
Na hora que eu ia olhar na janela, eles saíam correndo e eu não os via.
Daí eu peguei a minha vuvuzela e fiquei esperando com a ponta dela na janela pra dar um susto neles.
Só que a campainha não tocou novamente.
Daí eu pensei em 3 possibilidades:
1) Eles desistiram.
2) Eles foram sequestrados.
3) Eles foram sequestrados por extraterrestres.
4) Eles cresceram.
5) As mães deles brigaram com eles.

Apesar de eu acreditar mais na opção D, eu fiquei com medo da opção C.
Daí eu fui olhar na rua o que, de facto, havia ocorrido.
Foi nessa hora que vieram as mães correndo pedir ajuda porque as crianças estavam de posse de bandidos.
Daí, ao invés de ajudar imediatamente, eu fiquei esperando um pouquinho, porque, se eles estavam me gozando pelas costas, eu ia gozar eles um pouquinho.
Daí eu cansei de esperar e peguei a minha viatura.
Eu perguntei pras mães pra que lado os sequestradores tinham ido.
Daí eu arranquei pro lado contrário, só de zoação.
Só que isso foi meio que ruim, porque, quando eu dei a volta na quadra, os sequestradores estavam atrás de mim.
Como eu estava com o giroflex da minha viatura ligado, eles me indentificaram e começaram a me perseguir com a viatura deles.
Daí eu me dei mal.
Eles começaram a atirar em mim.
Como eu sou esperto, eu comecei a fugir na direção da delegacia.
Eu peguei o meu radinho da polícia e avisei o chefe que era pra me receber com balas. De revólver.
Só que ele achou que eu tava gozando.
Daí eu tive a idéia de fazer uma manobra radical:
Primeiro eu passava com a minha viatura por dentro do Shopping Italia. Simultaneamente, ao mesmo tempo, eu dava uns tiros nos pilares, pra desestruturar a estrutura do prédio. Daí, quando os bandidos passassem atrás de mim, o prédio ia cair em cima deles.
Só que não deu certo pelos seguintes motivos:
1) O prédio não caiu.
2) Os bandidos não quiseram entrar no prédio atrás de mim.
3) Eu me machuquei e doeu.
Só que isso foi meio que bom, porque, além da polícia ter prendido os bandidos na rua sem eu precisar fazer nada, fui eu que ganhei uma medalha, por coragem e bravura.
Agora eu quero ver quem vai pagar o estrago da minha viatura. É um modelo de 1975, que não fabricam mais.
Tem todo um valor sentimental.
Eu queria mobilizar a comunidade pra aproveitar esse momento e consertar a minha viatura, igual naquela vez que deram uma bicicleta nova pro Oil Man.
Obrigado.

sábado, 3 de julho de 2010

Ligeirinho

Hoje eu vou contar um pouco da história do sistema de transporte colectivo de Curitiba.
Como todos sabem, o sistema de transporte colectivo de Curitiba é o mais antigo do planeta Terra.
Os primeiros registros são de 4500 AC/DC.
Na época, os indios Tupinambis (que ocupavam praticamente toda a região do Mercosul) construiram uma complexa rede de deslocamento entre as aldeias (atuais bairros) de Curitiba.
Os primeiros meios de transporte eram privilégio dos imperadores astecas.
Eles se deslocavam por Curitiba em cima de banquinhos que eram carregados pelos escravos.
Por volta de 1500 AC/DC os escravos começaram a carregar 2 banquinhos por vez.
E assim foi até a metade da idade média, quando já eram cerca de 15 bancos. O número de escravos aumentou também.
Nessa época, inventaram uma casca que cobria as pessoas dos banquinhos. Foi nesse momento que o conceito de ômnibus começou a tomar forma.
Como as ruas de Curitiba ainda eram bem apertadas, os ômnibus não conseguiam fazer a curva. Daí inventaram aquelas sanfonas que tem entre um pedaço e outro do ômnibus.
Existem vários registros históricos de tudo isso.
Em 1970, com a abolidura da escravidão, os escravos foram substituídos por motores eléctricos.
Fin.