quinta-feira, 25 de março de 2010

Gozação cinematográfica

Ontem eu fui fazer algo que não fazia desde 1971: ir ao cinema.

Tava passando Guerra nas Estrelas. E eu tava mesmo com vontade de ver aquelas piadas do doutor Espóque. Só que aí apareceu na tela o Darque Vêider e eu fiquei com medo. Mas o medo durou só uns 15 minutos. Quando ele passou, eu reparei que o Darque Vêider tava com uma respiração ofegante. Eu pensei que debaixo daquela máscara ele devia estar de bolinação. Daí o meu medo voltou, porque se eu estivesse correto, isso seria ilegal.

Pra quem ainda não viu o Guerra nas Estrelas, eu já vou avisando: tem uma hora no filme que tem uma navezinha intergaláctica que solta raio lêiser. Faz assim: “Zim zim zim”. Quando ela acertou outra nave e ela explodiu, eu não me contive e gritei “Ai!” no meio do cinema. E ainda emendei, olhando pro cara da poltrona de trás: “Isso é muito perigoso”.

Depois que acabou o pacote de Doritos que eu tinha levado pro cinema o filme começou a ficar um pouco chato. Daí eu tive uma idéia (eu não gosto do acordo geográfico) phenomenal: como o Darque Vêider passa o filme todo se estressando pra pegar os bandidos intergalácticos, seria muuuuito gozado se eu chegasse na delegacia e escrevesse um boletim de ocorrência como se fosse uma queixa do Darque Vêider. Depois de ter essa idéia eu dei risada de mim mesmo e comecei a anotar todas as atividades do Darque Vêider na minha mão.

Eu só percebi o problema depois: na sala de cinema tava tudo escuro e não deu pra ver que eu não consegui escrever nada na mão. A caneta tava sem tinta e os farelos de Doritos atrapalharam.

De qualquer modo, chegando na delegacia, hoje, eu fiz o boletim de ocorrência assim, que é mais ou menos o meu entendimento do filme:

Homem de meia idade, afro-descendente, com 3m de altura, presta queixa contra bandidos intergalácticos que supostamente realizaram gozações e traquinagens diversas contra a sua nave estrelar, que, segundo consta, tem o formato de uma bola (sendo esse o motivo da graça e da desavença).

Após pedir dinheiro para os bandidos intergalácticos, para fins de indenização, e de ter o pedido negado, o queixoso, de nome Darque da Silva Vêider, RG 123456-7, se viu forçoso a apelar ao uso da Força, mandando aqueles soldadinhos de branco que eu tenho medo atrás dos bandidos. Obteve nenhum resultado.

Daí tinha aquele robozinho, o Erre-dois-Dê-um-Dois. Mas contra o robozinho o sr. Darque Vêider não tem nada contra.

Segundo consta, o queixoso, morador do bairro Rebouças, chegou a ameaçar os bandidos com aquele bastonete de luz fluorescente que faz uuuoooommm, balançando o mesmo na frente da cara das pessoas, mas obtendo nenhum resultado. O sr. Darque Vêider afirmou ainda que a situação se trata de arruaças de vizinhança, citando como caso parecido o do filme “Pennis, o dimentinha”, onde um piá possuído por espírito do Mal (não era o Deimião?) atinge a casa do vizinho com bombas explosivas para divertimento próprio e desespero do sr. Winston.

Daí apareceu o Jappa Dê Rãt e ele foi embora
”.

Pra não levantar suspeita de que esse boletim de ocorrência gozado foi escrito por mim, eu assinei como Detetive Jacinto Leite Aquino Célebro.

Isso tudo me lembrou que eu nunca transcrevi os meus boletins de ocorrência aqui no blógue. Isso é pra preservar a intregridrade das víctimas. Mas se vocês quiserem eu transcrevo.

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