quarta-feira, 6 de abril de 2011

Terror e batata esmáile

Hoje na hora do almoço uma batata esmáile tentou me matar. De novo. A última vez que isso aconteceu foi em 1978 e eu já tinha quase me esquecido.



Vou explicar melhor.

Pela primeira vez na vida os detetives Morley e Kelso resolveram levar eu e o Gonzales pra almoçar. Eles queriam levar a gente num lugar da moda, que era novidade em Curitiba, então a gente foi num desses negócio de restaurante por quilo. Eu e o Gonzales nem sabíamos que tinha restaurante assim. Mas a gente foi, mesmo já sabendo que ia ter gozação.

Eu achava que, como era por quilo, esse restaurante ia ser desvantagem pra quem é gordo – quem é gordo tem mais quilos e paga mais pela comida, pelo pressuposto do que vá comer. Daí eu fiquei triste porque, entre eu, o Gonzales, o Kelso e o Morley, quem era mais gordo era eu. Teve meio que tipo um momento de tensão. Mas não era nada disso. Pra quem nunca foi nesse tipo de restaurante: eles pesam A COMIDA, não o COMENTE. Assim é legal.

Chegando lá eu queria Doritos. Não tinha. Daí eu me servi só de um pouco de Chiquenniguets. E tinha cerveja. Daí eu bebi.

Quando a gente tava na mesa eu reparei uma coisa meio horrível: o detetive Morley tinha uma batata esmáile no prato. Daí o Gonzales comentou que eu tinha medo de batata esmáile (isso me lembra de dar um tiro no olho dele mais tarde). Eu disse que não. O Gonzales disse que sim. E o Morley então falou "Se você não tem medo então come ela, eu já tô cheio", e botou ela no meu prato. Daí eu fiquei com medo, mas fingi que não. O detetive Kelso tava com a cara séria, mas eu sabia que por dentro ele tava gozando. E gozando de mim. Então eu falei que tava com diarréia e tinha que ir no banheiro.

Eu meio que fiquei uns 20 minutos esperando no banheiro. Vai que, depois desse tempo, eu voltaria pra mesa e a batata esmáile já não estivesse mais com aquele sorriso? Daí eu não teria mais medo.

Mas quando eu saio do banheiro eu só tive tempo de ver o detetive Kelso de gozação lá no balcão, apontando pra mim e dizendo pro cara que atendia: "É aquele velho meio calvo ali que vai pagar a nossa conta". Os três tavam saindo. Daí eu fui pra mesa e a batata esmáile tava lá, junto com a conta dos três. Tinha ainda uma quinta conta, que era referente a um outro prato com umas 15 outras batatas esmáile que eles pegaram e deixaram ali pra mim. Se eu não fosse policial, eu teria chorado. Mas não pode.

Eu tentei levar o prato com as batatas pro banheiro pra jogar tudo na privada. Mas daí a tia da limpeza me disse que não podia comer fazendo cocô ao mesmo tempo. Não era isso que eu ia fazer. Mas ela achou que eu tinha cara de quem faria isso. De qualquer forma, é uma idéia até interessante.

Daí eu falei que tinha uma barata na minha cerveja e prendi todo mundo.

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