domingo, 27 de fevereiro de 2011

O cinema é a coisa mais gozada do mundo

Aaaaaaaaaaaaaaaah!

Essa semana eu fui responsabilizado por uma gravação cinematográphica em filme que causou a maior badalação aqui na delegacia.

O chefe me deixou uma câmera - escrita "Fílips", a melhor do mercado - e me disse: "Vai lá na pharmacia do Capão da Imbunha e grava lá o homem vendendo remédio vencido sem pedir receita. Você tem cara de aposentado e é o melhor policial pro serviço". Daí eu fui.

Deu felicidade esse negócio de fazer filme. Isso se chama cinema e eu sei que tem gente que até estuda pra isso (foi o caso do Xuarzenéguer e do Uiliam Chátner). Daí é claro que eu quis chegar lá no meu set de filmagem e botar banca de cineastra profissional e impressionar todo mundo, até porque eu sei usar o vocabulário do metiê cinêmico.

Eu desci do carro e apontei a câmera pra minha cara. Daí eu liguei o botão de on/offre. Acendeu a luzinha vermelha e eu dei um sorriso para a lente. Isso significava que tinha filme dentro e que não daria tilt.

Eu fui filmando (sem tremer) até chegar na pharmacia, daí eu disse: "Bom dia! Eu tenho uma câmera na mão e uma dor na cabeça. Preciso de tilenóu". Nesse momento eu apertei pra desligar a câmera - mas fiquei parado, pra continuar filmando dali e todo mundo pensar que eu não tinha desligado ela. Mas desliguei. A luzinha apagou, tinha dado certo. Daí eu decidi dirigir o pharmacêutico, pra ele não falar bobagem no meu philme. E disse pra ele: "Eu vou ligar a câmera e apontar ela pra eu mesmo. Daí, com a outra mão, eu vou pegar a minha arma e apontar pro senhor. Daí eu vou olhar pra câmera, pra ver se a luzinha tá acesa. Daí eu vou olhar pro senhor e querer remédio. Daí o senhor vai me dar o remério errado, que é o remédio que tá podre. Daí o filme acaba e a gente ganha dinheiro da delegacia".

O pharmacêutico ficou meio assustado. Acho que ele nunca tinha visto câmera. Ele me deu um tilenóu e eu nem paguei. Daí, pra finalizar o filme com estilo, pra que ele seja considerado cúlti, eu dei um zum na cara do pharmacêutico. Ficou legal porque eu dei o zum e ficou registrado no filme que eu, nessa hora, gritei "Zuuuum!".

O chefe não gostou e sugeriu que eu me aposentasse de verdade depois desse filme. Mas isso é perseguição por parte dele.

Daí tudo isso me lembrou agora que domingo vai ter o Óscar. Eu sei que meio que vai ganhar um filme chamado "O Pato Negro". E isso me lembra sabe de quem? Do Patolimo, o amigo do Pernilonga.

Gozado.

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