Todo mundo ficou bêbado. Menos o chefe.
O pessoal da delegacia é bem gozador, então, cada vez que alguém bebia até ficar inconsciente, acabava virando vítima de alguma pegadinha. A pessoa só percebia que alguma coisa tava errada quando acordava.
O primeiro foi o Gonzalez. Enquanto ele tava apagado, trocaram a roupa dele por uma fantasia de Tiazinha.
Depois teve várias outras vítimas.
Teve um cara que acordou dentro de uma cela na própria delegacia.
Daí, em um momento de ingestão alcooólica, eu mesmo fiquei inconsciente. Eu geralmente não fico, mas é porque o meu consumo normal de etanol é limitado ao valor que eu consigo pagar.
Naquele dia, não. O etanol era de graça.
Quando eu acordei, eu comecei desesperadamente a procurar qual era a gozação que tinham feito comigo. Mas não tinha nada visivelmente errado.
Eu olhei no espelho pra ver se não tinha nada escrito na minha testa.
Nada.
Eu comecei a ficar com a pulga mais ainda atrás da orelha quando o pessoal começou a pedir pra eu aparecer junto nas fotos.
Todo mundo pedindo pra eu dar um sorriso.
Depois eu fui ver as fotos e percebi o que tava errado: enquando eu dormia, os gozadores desenharam um aparelho ortodontológico nos meus dentes, com canetinha permanante de tinta prateada.
Ainda bem que o dentista falou que todos os meus dentes estão prestes a cair, por má escovação.
Agora sim que eu não vou mais escovar.
Fin.
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