Outro dia o chefe ganhou uma homenagem da prefeitura de Curitiba.
Como eu trabalho pro chefe na função de policial e trabalho também pra prefeitura na função de vereador, eu tive a chance de gozar em dobro.
Pra começar, eu fiz questão de ser o mestre de cerimônias, pra poder falar lá na frente.
Mas eu só avisei isso pro pessoal da prefeitura, e não pro chefe. Eu tinha absoluta certeza de que, ou o chefe ia passar vergonha, ou ele ia passar raiva, ou os dois. Eu só ia gozar.
Daí foi todo mundo da delegacia no evento. Menos o Gonzalez, que ficou cuidando da carceragem.
Eu fiquei parado lá na frente, olhando o pessoal chegando. Todo mundo gozou quando viu que era eu parado lá com o microfone na mão. Menos o chefe, que fez uma cara de que ia me repreender.
Bom, daí a cerimônia começou e apontaram um holoforte bem na minha cara.
Na hora eu não sabia ao certo o que ia acontecer, porque eu não li nem as instruções, nem o texto padrão do evento. Então eu improvisei toda a fala lá na frente.
Eu comecei com: "Senhoras e senhores do juri, muito boa noite, daremos início ao rito de passagem desse que é um dos maiores eventos da América Latina."
Daí eu continuei a fala, agradecendo a presença de todo mundo que eu conhecia, que estava ali (nome por nome).
Quando eu tava no centésimo nome, eu senti alguém me cutucando com uma vareta por trás do palco. Eu olhei e era alguém que eu não conhecia.
Daí eu continuei a fala.
Daí a pessoa me cutucou novamente e cochichou: "faltou o hino".
Daí eu interrompi a fala e chamei o hino nacional, executado pela banda da polícia.
A banda da polícia tava lá, só que sem os instrumentos.
Daí eu tive que apertar pley numa gravação da banda da polícia tocando no meu telefone celular e mostrei pra platéia.
Nessa hora a pessoa me cutucou novamente e cochichou: "a cerimônia só dura 15 minutos, entregue isso pra ele". Ele me entregou um negócio parecido com um troféu.
Bom, daí eu descobri que a cerimônia era para entregar pro chefe o título de Doutor Honoris Causa.
Eu imediatamente peguei o microfone e cantei as últimas palavras do hymno nacional pra acabar logo. Daí eu falei: "Agora vamos à entrega do Oscar de Honoris Causis."
Eu fiquei um tempo em silêncio, pra dar um clima de suspense.
Daí eu falei: "E o Oscar vai para... o chefeeeeeee."
Todo mundo aplaudiu e o chefe veio furioso da platéia pra receber o troféu.
Quando ele subiu no palco, eu comecei a falar no microfone "Discurso! Discurso! Discurso!"
E fui incentivando a platéia a fazer o mesmo.
Daí o chefe pegou o microfone e começou a falar.
Nessa hora a cerimônia ficou chata e eu fui embora.
sábado, 26 de maio de 2018
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