Tem um hábito que meio que acontecia antigamente na escolinha, só que hoje não existe, por causa da era digital: passar bilhetinho
O objetivo de passar um bilhetinho é muito mais profundo do que a simples gozação.
Tem todo um contexto de passar despercebido pela censura.
Às vezes tem um contexto poético, porque, como o bilhetinho passa por várias mãos, o conteúdo da mensagem pode ser alterado. Mas nunca dá tempo de apagar o texto original.
E dá pra perceber a diferença entre o texto original e a alteração, porque a letra é diferente. Esses idiotas que ficam passando bilhetinho são burros e nunca tentam imitar a letra original.
Então, ontem à tarde não tinha nada pra fazer na delegacia, daí eu resolvi ficar passando bilhetinho.
Todo mundo recebeu bilhetinhos, com temas variados:
- Declaração de amor da Dilma.
- Ameaça de morte.
- Pedido de resgate por sequestro de animal de estimação.
- A delegacia está pegando fogo.
O bilhetinho que eu mais gosto de passar é um que diz pra pessoa que há algum objeto no teto.
Sempre é algum objeto impossível de estar no teto, por exemplo, um computador.
O Gonzalez sempre olha pra cima quando recebe esse bilhetinho.
No final da tarde de ontem, o chefe mandou um e-mail com um comunicado geral pra todo mundo, dizendo que era proibido passar bilhetinho na delegacia.
Daí eu escrevi um bilhetinho pra ele, com esse conteúdo:
"Oi, chefe, aqui é a Dilma, ou seja, a sua chefa. Eu venho por meio deste, pedir que o senhor libere o uso do bilhetinho como meio de comunicação dentro da delegacia. Obrigada."
Daí eu dobrei o bilhetinho e escrevi "Chefe".
O objetivo era o de sempre: fazer o bilhetinho passar por várias pesssoas até chegar no chefe.
Só que esse bilhetinho específico passou novamente por mim várias vezes e nunca chegou no chefe.
Acho que é uma atividade paranormal.
Fin.
sábado, 14 de junho de 2014
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