sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Parte 4: "era tudo mentira"
Bom, depois de um tempo do outro lado da fronteira, eu descobri que na verdade eu não estava no México, e sim no Paraguai.
É que fica tudo na américa central mesmo.
Daí eu percebi que no Paraguai as pessoas falam diferente, porque é outra lingua.
Ou seja, eu podia sair falando palavrão na rua que ninguém ia entender. Daí eu fiz isso.
Depois eu me encontrei com os outros traficantes e percebi que eles estavam tramando alguma coisa. Eles usaram a palavra "puerco".
Eu me lembrei que nos filmes policiais da década de 70, os chicanos chamavam os policiais de "puercos". Eu não sei o que isso significa, mas deu a impressão que era grave. E era.
Daí eu saí correndo. Os bandidos sairam correndo atrás de mim.
Daí foi meio que igual aquele filme daquele ator francês, o Jan Renô.
Eu peguei um carro no meio da rua e saí dirigindo. O motorista ainda estava dentro. Daí ele começou a falar um monte de coisa no dialeto local, que eu não entendi nada.
Daí eu mostrei a minha arma pra ele e ele parou. De falar.
Daí eu vi que os carros dos bandidos que vieram atrás estavam com vasamento de combustível. Nessa hora eu tive uma idéia revolucionária que eu me lembro que eu já tinha visto alguém fazer em algum filme.
Eu comecei a contornar o quarteirão até chegar no rastro de combustível dos bandidos. Daí eu cheguei. Daí eu acendi um cigarro e comecei a fumar. Quando tava chegando no finalzinho do cigarro (hoje em dia tem que aproveitar tudo, né?) eu joguei ele pela janela bem em cima do rastro de combustível.
O final eu nem preciso dizer.
Mas eu vou dizer: o carro dos bandidos explodiu.
Depois eu fui parar no hospital, mas isso é outra história. Ou não.
É sim.

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