segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

Ontem de noite eu não tinha nada pra fazer, daí eu resolvi eu mesmo passar um trote pra polícia.

Por sorte, foi o chefe que atendeu o telefone.

Daí ele disse: "Delegacia central, como posso ajudar?"

Daí eu cheguei à conclusão de que ele era a única pessoa trabalhando na delegacia no domingo.

Daí eu deixei a minha voz mais aguda pra ele não perceber que eu era eu e disse bem assim: "Socorro, tem um bandido aqui!!!"

Daí ele respondeu: "Calma, minha senhora! Primeiro me diga de onde você está falando."

Na hora que ele disse "minha senhora" eu comecei a rir bastante. E comecei a tossir bem forte e perder o ar. Eu achei que eu ia ter um ataque cardíaco.

Daí ele disse: "A senhora está bem, ele fez alguma coisa com você?"

Foi aí que eu comecei a babar. De verdade.

Mas eu tinha que responder alguma coisa. Daí eu mudei a minha voz de novo e falei: "Eu matei ela."

Daí eu disse que eu tava indo na delegacia matar ele.

Daí eu desliguei o telefone e fui comer um fandangos.

Só que eu não me lembrava que na delegacia tinha um aparelhinho chamado indentificador de telefones.

Daí o meu telefone tocou.

Eu disse "alô".

Era o chefe.

Daí ele disse: "O senhor passou um trote pra cá?"

Éu respondi: "É o senhor que tá passando um trote pra cá!"

Daí o telefone meio que ficou uns 30 segundos em silêncio.

Daí ele disse: "Eu conheço a tua voz."

Eu respondi: "Não."

Daí eu comecei a comer o fandangos no telefone pra ele ouvir o barulho do outro lado.

Daí ele falou: "O senhor não trabalha aqui na delegacia?"

Eu respondi: "O senhor tá ficando louco."

Daí eu comecei a mastigar o fandangos mais perto do telefone, pro barulho ficar mais alto.

Eu comecei a gemer também.

Daí ele desligou.

Eu ganhei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário