Outro dia aconteceu um negócio meio "Arquivo X" aqui na delegacia.
Chegou um bandido e falou: "Ei, eu sei que um crime vai acontecer, porque eu tô usando um poder paranormal. Eu quero trocar essa informação pela minha liberdade."
Daí eu falei pra ele: "O senhor sabe que um crime vai acontecer porque o senhor é um bandido e tem contato constante com a bandidagem."
Daí eu prendi ele na carceragem e fui embora. Só que eu fiquei com a pulga atrás da orelha.
Então eu voltei pra carceragem com uma moeda de 1 real no bolso e falei pra ele: "Se o senhor realmente tem poderes paranormais, diga qual moeda eu tenho no bolso!"
Ele falou "1 real."
Isso me deixou com mais pulgas atrás da orelha.
Só que daí eu menti pra ele que era uma moeda de 2 reais, pra colocar a pulga atrás da orelha dele.
Isso meio que gerou um clima de mistérium na carceragem, quebrando as barreiras dimensionais entre o real e o imaginário.
Daí eu voltei pro meu gabinete e peguei uma calculadora pra verificar qual era a probabilidade de ele chutar e acertar de primeira o valor da moeda.
Considerando-se que as moedas de 1 centavo não existem mais, a chance era de 20%.
Daí eu apliquei a fórmula de Bhaskara para desenhar um gráfico da trajetória da moeda, caso fosse arremessada a um angulo de 45 graus.
O resultado também foi misterioso.
Daí eu voltei pra carceragem e expliquei tudo que eu tinha feito. O bandido começou a olhar preocupado pra mim, como se eu (e não ele) fosse a pessoa sem sanidade mental.
Daí eu ameacei arremessar o bandido de uma catapulta a 45 graus, pra ver se a trajetória seria a mesma, independente da massa do objeto.
Nessa hora ele me passou os detalhes do crime que ia acontecer.
Daí eu fui embora.